sexta-feira, 7 de novembro de 2014

As cartas do fim do mundo - II

Sampa, um dia chuvoso de um ano qualquer.

Cara, fala sério! Foi pegadinha aquilo, não? Desde quando você é engraçadinho assim? Esse sol de rachar aí na sua cabeça está lhe fazendo mal, só pode! Eu lhe mando uma puta carta contando tudo sobre a minha vida e você me manda uma caixa com... uma lupa??? Que foi isso afinal? E eu achando que o louco sou eu...

Mas, bom, até que a lupa serviu para alguma coisa. Eu tava tão entediado outro dia que peguei a lupa e fiquei a tarde toda olhando o formigueiro aqui no jardim de casa. Nossa, nunca achei que observar formigas seria algo tão interessante! Você sabia que se passar o dedo no caminho das formigas elas ficam momentaneamente perdidas, sem saber para onde ir? Pesquisei sobre isso depois. Elas seguem umas às outras pelo “cheiro”, não pela visão. Já pensou se a gente também fosse assim? Se quando a gente fosse caçar mulher na balada a gente não usasse a visão? Iria ser bem engraçado acordar com uns tribufus ao lado!

E por falar em mulher... Minha namorada me deu um pé na bunda. Ela disse que eu estou esquisito demais, que ando me interessando mais por formigas do que por ela e me trocou, nada mais, nada menos, do que pelo chefe dela! Ah, fala sério... Mas isso é o que dá eu ficar por aí desfilando com uma Barbie do meu lado, lógico que mais dia, menos dia, ela iria acabar me trocando pelo Ken. Mas não tem nada não, logo, logo eu arranjo outra e estará tudo certo.

Mas, cara, você nem me disse nada sobre você afinal, só me mandou aquela lupa doida e mais nada! Estou até imaginando qual vai ser a próxima coisa que você vai me mandar. Você sempre foi um cara cheio de surpresas mesmo! Fica na paz aí e manda notícias suas na próxima vez!

Abração!
Maurício

Nenhum comentário:

Postar um comentário